Piauí possui maior taxa de mortalidade de ocupantes de motocicletas do país
A morte de motociclistas no Piauí já representa mais da metade dos óbitos em acidentes de trânsito com 61,6 % de participação no total de vítimas fatais. Os dados são do Mapa da Violência 2013 do Ministério da Saúde, que realizou pesquisas entre os anos de 2001 a 2011.
Durante o intervalo de dez anos, o Piauí obteve o crescimento de 147,2% no número de óbitos nos acidentes de trânsito. No primeiro ano da pesquisa 441 pessoas perderam suas vidas no trânsito, já em 2011 esse número aumentou para 1.052.
As taxas de óbitos (por 100 mil) em acidentes também aumentaram saltando de 15,3% para 34,7%, somando um crescimento de 126,1% das vítimas fatais em acidentes de trânsito. Desta forma o Piauí ficou atrás somente do Maranhão, que apresentou crescimento de 155,9% das taxas de óbitos. O Piauí, que em 2001 que ocupava 20ª posição passou para o quarto lugar entre todos os estados brasileiros. Na contramão deste aumento, Roraima que em 2001 ocupava o primeiro lugar em taxas de óbitos, em 2011 pulou para a 10ª posição entre as unidades federativas.
Em 2011, 671 motociclistas morreram em acidentes de trânsito, número maior que a soma de todas as outras categorias, que juntos contabilizaram 419 mortes. Sendo 177 pedestres, 48 ciclistas, 158 em automóveis e 36 vítimas em transporte de carga.
Nas capitais do nordeste, Salvador foi a cidade que demonstrou maior incidência de vítimas em acidentes de trânsito com 138,2% de aumento nos últimos dez anos. Saltando de 170 para 405 vítimas fatais, seguida por Teresina.
A capital piauiense registrou crescimento no número de mortes no trânsito, em 2001 foram 252, dez anos depois foram registradas 437 pessoas que perderam a vida em acidentes de trânsito. Os números representam crescimento de 73,4% no total de mortes, maior que o dobro da média nordestina que é de 36,2%. As taxas de óbito (por 100 mil habitantes) cresceram saindo de 34,6% para 53,1%, gerando um aumento de 53,7% no total de óbito nos últimos dez anos. Enquanto a média do crescimento das capitais da região foi de 21,1%.
Teresina é a segunda capital do país com maior taxa de óbito (por 100 mil) em acidentes de trânsito da população total, ficando atrás somente de Porto Velho, que demonstrou crescimento de 122,9%.
Ainda de acordo com o mapa da violência 2013, a vitimização no trânsito das capitais avançou preferencialmente sobre a população jovem. Se na década 2001/2011, as taxas globais caíram 2,3% entre os jovens as vítimas fatais cresceram 8,4%, reflexo do impacto da expansão das motocicletas, de elevada incidência na juventude. Teresina apresentou aumento de 106,2% de mortes por acidentes envolvendo veículos entre a população jovem, durante a década pesquisada o total de vítimas fatais saiu de 81 para 167 e as taxas de óbito a cada 100 mil habitantes da população jovem cresceram 93,7%.
Entre todas as regiões do Brasil, o Nordeste foi a região que teve maior crescimento no número de óbitos, o percentual foi de 46% e as taxas de óbitos (por 100 mil) cresceram 39,3%, números este muito acima da média nacional que é de 8,4%.
Outras cidades piauienses que apresentaram crescimento significativo no número de óbitos em acidentes de trânsito foram Valença do Piauí e Picos com taxas (por 100mil) de 73,7% e 72% respectivamente, com estes números as cidades ocupam o 15ª e 16º lugar no ranking nacional entre os municípios com maior taxa de óbitos em acidentes de trânsito.
Atualmente a frota de veículos no Piauí é de 841.101 veículos, sendo 404.309 de motocicletas, o que representa 48,06% da frota total do estado. Em seguida vem o automóvel com 250.599 e a motoneta com 69.5980 unidades. Os dados são do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PI)
O Detran e os parceiros do Sistema Nacional de Trânsito vem trabalhando para reduzir os números de acidentes e óbitos realizado trabalhos de fiscalização e de educação no trânsito, por intermédio da Escola Piauiense de Trânsito.
Por Izabelle Azevedo